Fantasias â Maria Dapaz
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Quem me vĂȘ nessas calçadas
Encolhido, nas portas do sonho
Molhado, rasgado e tempestade
O jeito de louco
Nos lĂĄbios, o riso maroto
PensarĂĄ, talvez apenas
Nas trombadas da vida
E dĂłi-lhe o peito em saber
Que amanhĂŁ, serei notĂcia
E no entanto, na pressa
De qualquer compromisso
Deixarå nas calçadas, encolhido
Nas portas do sonho, um amigo
Sou um pedaço de noite
Sem mĂĄscara, no dia
Sou beijo, o açoite
O desprezo, a agonia
Sou pedaço de chão, sem chão
Sou um bĂȘbado louco
Na loucura da vida
Sou calçada suja, molhada e serena
Sou tua hipocrisia
Sou pra ela, a verdade
O exemplo, a bondade
Sou pra ele, o oposto
Dessa carcaça sem vida
Mesmo assim, ainda sou sombra
Nas ruelas perdidas
Sou a voz que nĂŁo canta
Calando, ou faz sorrir
Sou moinho quebrado
Sou grito calado
Mendigo o teu beijo
O teu riso mal dado
Sou as aparĂȘncias apenas
Do que sou, nĂŁo ria
Cuidado, eu sou desertor
Te dou um conselho
Não me faças favor
Sou noite, sou dia
Sou verdade e fantasia
Sou novato, sou desgraçado
Sou poeta, sou cantor
Sou menino, sou doutor
Sou noite, sou dia
Sou verdade e fantasia
Sou novato, sou desgraçado
Sou poeta, sou cantor
Sou menino, sou doutor
- Titre la chanson : Fantasias
- Par : Maria Dapaz
- Hashtags populaires : #Fantasias
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