Paroles de Ponto de Força (part. Onni, Angola, Guizo) par Sant (lyrics)

Ponto de Força (part. Onni, Angola, Guizo) _ Sant
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Estou firme, não me filme
Estou firme, não me filme
Estou firme, não me filme
Estou firme

Lembre-se que eu tinha dito:
Meu bem, não é do nada que a chuva vem
Enxuga as lágrimas, vai, não temos tempo pra essas goteiras
Vem que eu te mostro o multiverso, somos meras marionetes
Pra quem vê nossas lágrimas e diz
Não ter tempo pra essas bobeiras, veja

O plano segue aumentando o quintal, diminuindo a coleira
MC bom é igual Pitbull, até passeia, mas só de fucinheira
Veja, tá tudo controlado, veja, a cultura desmoronando
Veja, quantos boletos por mês, veja, quantos discos a cada ano
Pra cada plano, uma dose de plomo, overdose, diplomas
Favela é uma fábrica de hinos, nosso drama: matéria prima

Me resta ter destreza pra quando morrer deixar a luz acesa
Bem mais que resgate, é deixar a velha chama acesa
Toda força ancestral pondo a prova nosso discurso
E se pensar se vale o custo, já era, já mudou o curso
Por isso, firme o ponto, cante pelo sangue que derramei
Infinitas vezes a fúria negra ressuscita outra vez

O olho também fala, quando fala dá pra ver
Não compare a ninguém, nem deixe comparar você
Se a razão conhece a vontade, quem escolhe? Yeah
O olho também fala, quando fala dá pra ver
Não compare a ninguém, nem deixe comparar você
Se a razão conhece, é a vontade quem escolhe, yeah

Eu sei
Várias vezes nem estou tão bem
Muitas vezes nem você também
Mano, é bom conversar com alguém quando a bad vem
Vamos encontrar alguém que valha a pena amar
E também evoluir a alma a ponto de amar a todos
Mas enquanto isso, foda-se a polícia

É difícil não se ver tão pessimista
Com tratamento diferente na revista
Árvores do sul, frutas esquisitas
Raízes com sangue da nossa família
Sabemos disso (Nós sabemos disso)
E ainda há quem diga que é vitimismo
Quando pomos em pauta o racismo
Perderam o propósito do batismo

Que ‘cês tinham feito
Se acharam perfeitos, só fizeram merda
Sugaram minha terra, mataram minha gente
Nada disso passará batido aos olhos do divino
Ouvindo sons tipo Coltrane e Fella
Pra tentar chegar na aquela fé
Esses hi-hats correntes quebradas
Vindos da senzala mostram que ‘cê pode crer!

Hoje, as montanhas se movem, yeah
Cachoeiras quando cílios chovem
Onni, deixe que essas linhas molhem
Se a emoção conhece, o instinto quem escolheu
Quando vim à vida vi que puxa vida
Vale a pena lidar com o que existe aqui pois só existe aqui
Até quando esse aqui for um próximo lugar
Cortes cicatrizam, registram suas dores
Também as tenho, isso não as faz menores
Fazem delas nossas, se duvide, olhe
Seu olhar me fala e ao falar, acolhe

Dai-nos esperança (esperança, dai-nos esperança)
Consciência limpa e dinheiro pra fiança (pra fiança, dinheiro pra fiança)
Questão de tempo e o momento é único
E eu nem lembrava, soube pelo harmônico
Coube certo, frequência tectônica
Nessas nuances oceânicas
Em nossas crises econômicas
Ouvindo vozes que intencionam
Humanos com forças astronômicas
Pelo seu puro alinhamento orgânico
Explicações além da metafísica
Pensamentos que antecipam a lógica

Canalizando outro poema épico
Fonte de luz que não dimensionamos
Esperança, esperança, esperança (esperança)
Consciência limpa e dinheiro pra fiança (consciência limpa)
Um caminho simples de fé pras crianças
Paz! Pras crianças, paz

E, pra salvação, trabalho pra mudança (sempre)
Nossos novos ciclos com os mesmos laços
Nessa terra fértil, plantação de passos
E eu te encontro em breve (eu te encontro em breve)
Reconhecimento, cada vez mais livre, cada vez mais negro
Com o mundo nos ombros, cada vez mais leve (cada vez mais leve)
Achando que eu brinco, eu rio enquanto escrevo
E não me cobra assim se não é pra ti que eu devo
Eu hein, como tu se atreve? (Como tu se atreve?)
Firme

SANT!
Firme